Post by whatever on Jan 20, 2018 14:56:53 GMT
Boas, há já algum tempo que estava à espera duns pickups do Marco Agostinho para uma das minhas guitarras. A espera acabou hoje. Vou ser bera, as fotos vêm no fim, portanto ou mamam com o texto/história, ou fazem scroll down para verem as fotos (que não estão nada de especial, atenção!)... aqui vai um pseudo-relatório (testamento) da coisa que é encomendar pickups custom made.
Comecemos
Era uma vez... um moço (eu) que há 6 meses atrás avistou umas imagens aqui e ali dum outro moço (o Marco Agostinho) que fazia pickups e que achou que... sim senhor, têm bom aspecto, vou inquirir. E assim fiz, orientei as ideias e mandei-lhe uma mensagem por aqui pelo fórum, que mais parecia um testamento (não era tão grande como esta posta). Feito o primeiro contacto, trocámos ideias, dei-lhe espaço para opinar de sua mestria e avançámos para a coisa.
Encomenda - Pormenores estéticos e funcionais
Uma das minhas definições principais era a cor dos ditos, queria-os brancos... humbuckers para 7 cordas brancos. Depois, queria todos os pólos ajustáveis com pernos sextavados interiores. Só isto implicou uma demora relativamente grande de aproximadamente 2 meses: arranjar o material. Outro problema que surgiu, foi que as bases originais vinham com os olhais como nos pickups de 6 cordas, desnivelados da base, coisa que felizmente se pôde corrigir a tempo graças a ter percebido isso numa fotografia enviada. Os pickups teriam de ter a base totalmente plana por questões de instalação na guitarra. Bom, em meados de Outubro, inícios de Novembro o Marco envia-me uma primeira versão, para ver se estava tudo OK em termos de som, pois o perfeccionismo dele obrigava-o a querer rebobinar-me um dos coils por um pequeno nada com o ferro de soldar... um nada mesmo que se ele não o referisse, eu não ligava (e não liguei porque os pickups bombavam bem, o que era o que interessava). O resultado foi que enquanto ficámos à espera que chegassem as peças para substituição, tive a oportunidade de rodar um pouco os ditos na versão 1 e elaborar pequenos tweaks. Assim que chegou o novo material reenviei-lhe os pickups com a indicação de que gostaria de ter um pouco mais de corpo na bobine norte do pickup do braço e na bobine sul do pickup da ponte (por sinal era a bobine que o Marco queria substituir). Meteu-se a quadra do Natal e já se sabe que as coisas derrapam nos timings e este processo terminou agora com os pickups entretanto já instalados. SOAM NAS HORAS TODAS (quando estão ligados claro). O Marco ACERTOU NA MUCHE.
Obstáculos
Estes pickups tiveram alguns problemas de execução, entre azares (que acontecem a todos) e pequenas surpresas tipo uns espaçadores entre a base e o íman que não vieram na 1ª encomenda (que eu improvisei com cartão prensado/canelado) e que a sua inexistência fazia os pernos saírem das bobines cerca de 2mm... mas o que vale a pena tem o seu custo e deixem-me dizer, e estes valem MUITO a pena, o Marco sabe da poda.
Especificações fornecidas
Bom, o que é que eu disse ao Marco como especificações? Resumidamente, referi os pickups aos quais estou habituado nesta guitarra (que é a minha principal): DiMarzio Blaze Neck e Custom, DiMarzio AirNorton7 e D-Sonic7, um par DiMarzio D-Activator e ainda um DiMarzio Evo7. Estes eram as minhas referências. Referi que não procurava nada com a jarda dos D-Activator, e que queria algo entre os Blaze e o par AN7 + D-Sonic7 para cada posição respectivamente.
Outra coisa que referi foi a tipologia de som que tenho andado a fazer nos últimos anos, que anda algures numa sonoridade de prog Heavy Rock com grandes entradas pelo metal, portanto estamos no campo do High gain, no entanto procurava que os pickups tivessem boa claridade, isto porque tenho recorrido a acordes com uma boa dose de saturação em cima numa zona da guitarra que tem tendência para fazê-los soarem enrolados e pouco definidos. Posto isto, disse-lhe que em termos de íman, estava à nora e que apenas tinha ideia do que seria o som de pickups com íman cerâmico (bons para high gain, segundo dizem...), o que acontecia com estes DiMarzio referidos. Foi igualmente indicado que não queria um string pull muito acentuado (coisa que acontece com os D-Activator e os torna algo embrulhados nos graves). O Marco aconselhou-me AlNiCo 5 e ficou assim definido.
Instalação prevista
Outro aspecto fundamental que referi ao Marco foi o como ia ter os pickups instalados e ligados, ou seja, o como os ia usar. Assim, os dois pickups têm os coils NORTE dirigidos para o braço, e os coils SUL dirigidos para a ponte. Isto permite ter os coils internos ou externos em cancelamento de hum se ligados juntos. A guitarra em questão tem as seguintes ligações:
Como podem verificar, as posições 2 e 4 são single coil enquanto as outras são em full humbucker, o que significa que há perda de volume ao passar para elas. A coisa compensa-se com compressão e posterior gestão de volumes dos FX e do amp, o que não é grave, no entanto justifica a necessidade de mais corpo nos coils exteriores de cada pickup como lhe pedi para a revisão recebida agora. Optei por ter single coils ao invés de ter os pickups ligados em paralelo (que dá uma sonoridade relacionável com o single coil e um pouco mais de corpo) pois os single coil têm uma assinatura sonora que contrasta mais com o humbucker em série do que o humbucker em paralelo, o que mostra-se mais interessante do meu ponto de vista.
Achei igualmente importante informar o Marco que tenho potenciómetros de volume de 1Mohms log, o que significa que o timbre é bem mais brilhante do que o normal de 500Kohms. Também tenho treble bleed simples de 1 capacitador de valor desconhecido , mas funciona bem e é isso que interessa. Na verdade uso pouco o volume da guitarra, é mais pés e controladores MIDI (dá para fazer mute ou som e o cabo jack tem um interruptor... - Planet waves).
Setup do meu RIG
Achei igualmente importante referir ao Marco aquilo que uso em termos de amplificação e FXs. Pode ser informação acessória, desnecessária ou redundante, mas achei que teria um mínimo de importância e que poderia de alguma forma modelar o foco do Marco para a construção do pickup. Este compõe-se por um Pré-Amplificador Mesa Boogie TriAxis, um processador de efeitos TC-Electronic G-Force, um Power Amp Mesa Boogie 2:Fifty e duas colunas 112 caseiras com Celestions Century Vintage (ou serão Vintage Century, baralho sempre... avante), tudo controlado por uma pedaleira MIDI Roland FC200 à qual adicionei dois pedais de expressão (num total de 3) para controlar parâmetros do TriAxis (ganho, drives, EQ) e do G-Force (cenas malucas).
Comunicação com o Marco
A comunicação com o Marco fez-se quase exclusivamente por mensagens através do forumusica, mas houve emails e telefonemas. O Marco mostrou-se sempre disponível e respondeu sempre de forma atenciosa a qualquer uma das minhas loucuras solicitadas. Tirou-me dúvidas, esclareceu-me ideias e, apesar de não o conhecer pessoalmente posso dizer que aprendi imenso com todo este processo, por isso, Marco, o meu muito obrigado pela tua paciência (leia-se PAZ E CIÊNCIA) e ensinamentos.
A comunicação poderia ter sido melhor? Sim, mas temos de ter em atenção que o Marco não faz disto a vida dele e que consequentemente não se pode dedicar a 100% aos caprichos que doidos como eu temos. Do meu ponto de vista, penso que ele poderia ter tido um pouco mais de iniciativa na comunicação, principalmente quando as semanas passavam e... mas isto não serve de censura, até porque eu comecei todo o processo com "isto não tem pressa, os pickups actuais cumprem a sua função na perfeição". Espero não ter pressionado o Marco em demasia, nem o ter chateado com as minhas manias de sabe tudo (sim, o cliente sabe sempre tudo, só não sabe é fazer).
Instalação e Resultados
Daquilo que pude experimentar ontem, apanhei um WOW, um susto e depois um aaaaah (de alívio e satisfação). Na primeira instalação, os primeiros sons foram para o pickup do neck e WOW, WOW mesmo, eh pá, na muche. Era MESMO o timbre que estava a precisar de ouvir, tanto em versão full humbucker como em single coil. Que som fantástico. O susto surgiu quando ao experimentar o pickup da ponte com ganho bem puxado no amp senti-o microfónico. ALTO, microfónico? Nunca me tinha acontecido tal coisa nos últimos anos, nem mesmo na primeira versão. O que é isto? é simplesmente quando o pickup guincha desalmadamente quando não se está a tocar e com as cordas apenas abafadas, principalmente notório no ganho e saturação elevadas. Vai de tirar os pickups da guitarra, pensar "será que houve alguma falha nas ligações", experimentar outras guitarras para testar as teorias elaboradas (fora de fase em particular), mas não, nenhuma das teorias teve resultados semelhantes aos guinchos. Abri o pickup, desmontei-o, separei as bobines da base, medi continuidades de sinal com o multímetro, fiz-lhe umas cócegas (literalmente, nada mais do que isto) e optei por experimentar outra vez, depois de montar, liguei as cenas todas e ZERO de microfonia, mesmo com o ganho a bater no tecto (e o TriAxis tem ganho para dar e vender apesar de já ser um aparelho vintage). Conclusão: falha minha na instalação do pickup, principalmente no seu grounding (penso eu de que...?).
Nesta guitarra (e nas outras também) tenho montado um sistema que me permite trocar os pickups sem precisar de andar a usar o ferro de soldar para separar os componentes, montei um interface pickups-circuito baseado em mini conectores tipo caixa de junção. Basta-me ter a ponta dos fios estanhada e uma chave de fendas e mudo os pickups em 10 minutos. Há inúmeras vantagens neste sistema e não interfere no timbre em nada. Penso que terei apertado mal o fio ground/bare do pickup e que com o movimento de pegar na guitarra se terá soltado provocando assim a referida microfonia do pickup.
Revista a situação veio então o Aaaah de alívio, afinal o pickup estava bom, bem bom.
Devido à cavidade dos pickups nestas guitarras não ser muito profunda, optei por fazer o fio do pickup não sair por debaixo da base, mas antes por cima desta (entre a base e a bobine), para não o trilhar/esmagar com o aperto/ajuste e assim permitir mais uns 2mm de ajuste em altura. Esta prática levou a partir a ligação ground/bare do fio dos dois pickups e que me obrigou a corrigir com um excerto. Tudo isto ajudou a criar o sentimento de insegurança relativamente à microfonia inesperada, contudo, problema resolvido e aprendido.
Conclusão (ainda não são as fotos, sorry)
Todo o processo foi algo moroso, no entanto compreensível e expectável, considerando que eu não tinha pressa e que estes terão sido provavelmente os primeiros pickups de 7 cordas que o Marco fez, mais ainda agravando se considerarmos que ele não tinha como os testar (não o posso obrigar a ter guitarras de 7 cordas em casa, certo?). Do meu ponto de vista, o resultado está fantástico, a todos os níveis e RECOMENDO que o contactem se estiverem numa de mudar os pickups às vossas meninas. Acredito que este particular projecto não seja aquilo a que ele esteja mais familiarizado em termos de Pickup Making, mas, meus caros, estão fantásticos.
Som cheio, forte, definido em todas as posições do braço, qualquer que seja a selecção feita. Considerando que a guitarra em questão está com cordas já com 2 meses em cima, a resposta a técnicas como pinch harmonics, squeals e brincadeiras do género é imediata, não sendo necessário ter o amp a níveis ensurdecedores, sustain fantástico (aparentemente pouco string pull).
Caso tenham ficado curiosos, permitam-me avançar que os valores são SUPER EM CONTA e provavelmente ficar-vos-ão mais baratos do que os das marcas do costume (DiMarzio, SeymourDuncan, BareKnuckle, EMG, etc.), com a vantagem de que é feito à medida. Agora, é fundamental que nestas situações de encomendar coisas à medida se saiba o que se quer e que se procura, pois só assim há magia, caso contrário é um jogo de adivinhas e nesses casos saem todos a perder tempo, confiança, dinheiro e a ganhar dores de cabeça. Vale a pena, atirem-se a uma aventura destas, mas organizem bem a casa antes, o trabalho do Marco não é ensinar-vos o Bê-Á-Bá...
Os Finalmentes
Ok, as prometidas fotos, não são muitas, mas foi o que se arranjou. Este fim de semana (ou assim que possível) gostaria de gravar um videozinho para demonstrar estas máquinas.
Frente:
Costas (pedi ao Marco que me identificasse as polaridades das bobines por questões de instalação)
e a guitarra com o arsenal do barulho que faço cá por casa. A coluna Laney (uma de duas) serve de monição do PC. Ao seu lado encontra-se uma das duas colunas 112 caseiras referidas atrás. O aparelho dourado não está em uso.
Comecemos
Era uma vez... um moço (eu) que há 6 meses atrás avistou umas imagens aqui e ali dum outro moço (o Marco Agostinho) que fazia pickups e que achou que... sim senhor, têm bom aspecto, vou inquirir. E assim fiz, orientei as ideias e mandei-lhe uma mensagem por aqui pelo fórum, que mais parecia um testamento (não era tão grande como esta posta). Feito o primeiro contacto, trocámos ideias, dei-lhe espaço para opinar de sua mestria e avançámos para a coisa.
Encomenda - Pormenores estéticos e funcionais
Uma das minhas definições principais era a cor dos ditos, queria-os brancos... humbuckers para 7 cordas brancos. Depois, queria todos os pólos ajustáveis com pernos sextavados interiores. Só isto implicou uma demora relativamente grande de aproximadamente 2 meses: arranjar o material. Outro problema que surgiu, foi que as bases originais vinham com os olhais como nos pickups de 6 cordas, desnivelados da base, coisa que felizmente se pôde corrigir a tempo graças a ter percebido isso numa fotografia enviada. Os pickups teriam de ter a base totalmente plana por questões de instalação na guitarra. Bom, em meados de Outubro, inícios de Novembro o Marco envia-me uma primeira versão, para ver se estava tudo OK em termos de som, pois o perfeccionismo dele obrigava-o a querer rebobinar-me um dos coils por um pequeno nada com o ferro de soldar... um nada mesmo que se ele não o referisse, eu não ligava (e não liguei porque os pickups bombavam bem, o que era o que interessava). O resultado foi que enquanto ficámos à espera que chegassem as peças para substituição, tive a oportunidade de rodar um pouco os ditos na versão 1 e elaborar pequenos tweaks. Assim que chegou o novo material reenviei-lhe os pickups com a indicação de que gostaria de ter um pouco mais de corpo na bobine norte do pickup do braço e na bobine sul do pickup da ponte (por sinal era a bobine que o Marco queria substituir). Meteu-se a quadra do Natal e já se sabe que as coisas derrapam nos timings e este processo terminou agora com os pickups entretanto já instalados. SOAM NAS HORAS TODAS (quando estão ligados claro). O Marco ACERTOU NA MUCHE.
Obstáculos
Estes pickups tiveram alguns problemas de execução, entre azares (que acontecem a todos) e pequenas surpresas tipo uns espaçadores entre a base e o íman que não vieram na 1ª encomenda (que eu improvisei com cartão prensado/canelado) e que a sua inexistência fazia os pernos saírem das bobines cerca de 2mm... mas o que vale a pena tem o seu custo e deixem-me dizer, e estes valem MUITO a pena, o Marco sabe da poda.
Especificações fornecidas
Bom, o que é que eu disse ao Marco como especificações? Resumidamente, referi os pickups aos quais estou habituado nesta guitarra (que é a minha principal): DiMarzio Blaze Neck e Custom, DiMarzio AirNorton7 e D-Sonic7, um par DiMarzio D-Activator e ainda um DiMarzio Evo7. Estes eram as minhas referências. Referi que não procurava nada com a jarda dos D-Activator, e que queria algo entre os Blaze e o par AN7 + D-Sonic7 para cada posição respectivamente.
Outra coisa que referi foi a tipologia de som que tenho andado a fazer nos últimos anos, que anda algures numa sonoridade de prog Heavy Rock com grandes entradas pelo metal, portanto estamos no campo do High gain, no entanto procurava que os pickups tivessem boa claridade, isto porque tenho recorrido a acordes com uma boa dose de saturação em cima numa zona da guitarra que tem tendência para fazê-los soarem enrolados e pouco definidos. Posto isto, disse-lhe que em termos de íman, estava à nora e que apenas tinha ideia do que seria o som de pickups com íman cerâmico (bons para high gain, segundo dizem...), o que acontecia com estes DiMarzio referidos. Foi igualmente indicado que não queria um string pull muito acentuado (coisa que acontece com os D-Activator e os torna algo embrulhados nos graves). O Marco aconselhou-me AlNiCo 5 e ficou assim definido.
Instalação prevista
Outro aspecto fundamental que referi ao Marco foi o como ia ter os pickups instalados e ligados, ou seja, o como os ia usar. Assim, os dois pickups têm os coils NORTE dirigidos para o braço, e os coils SUL dirigidos para a ponte. Isto permite ter os coils internos ou externos em cancelamento de hum se ligados juntos. A guitarra em questão tem as seguintes ligações:
- Neck em série (full humbucker)
- Neck coil split, coil NORTE activo (coil exterior)
- Neck coil split, coil SUL activo + Bridge coil split, coil NORTE activo numa mistura em SÉRIE (o comum da mistura de pickups é ser mistura em paralelo) esta posição tem portanto os coils internos de cada pickup ligados em série como se se tratasse de um humbucker no meio, não é mas é como se fosse.
- Bridge coil split, coil SUL activo (coil exterior)
- Bridge em série (full humbucker)
Como podem verificar, as posições 2 e 4 são single coil enquanto as outras são em full humbucker, o que significa que há perda de volume ao passar para elas. A coisa compensa-se com compressão e posterior gestão de volumes dos FX e do amp, o que não é grave, no entanto justifica a necessidade de mais corpo nos coils exteriores de cada pickup como lhe pedi para a revisão recebida agora. Optei por ter single coils ao invés de ter os pickups ligados em paralelo (que dá uma sonoridade relacionável com o single coil e um pouco mais de corpo) pois os single coil têm uma assinatura sonora que contrasta mais com o humbucker em série do que o humbucker em paralelo, o que mostra-se mais interessante do meu ponto de vista.
Achei igualmente importante informar o Marco que tenho potenciómetros de volume de 1Mohms log, o que significa que o timbre é bem mais brilhante do que o normal de 500Kohms. Também tenho treble bleed simples de 1 capacitador de valor desconhecido , mas funciona bem e é isso que interessa. Na verdade uso pouco o volume da guitarra, é mais pés e controladores MIDI (dá para fazer mute ou som e o cabo jack tem um interruptor... - Planet waves).
Setup do meu RIG
Achei igualmente importante referir ao Marco aquilo que uso em termos de amplificação e FXs. Pode ser informação acessória, desnecessária ou redundante, mas achei que teria um mínimo de importância e que poderia de alguma forma modelar o foco do Marco para a construção do pickup. Este compõe-se por um Pré-Amplificador Mesa Boogie TriAxis, um processador de efeitos TC-Electronic G-Force, um Power Amp Mesa Boogie 2:Fifty e duas colunas 112 caseiras com Celestions Century Vintage (ou serão Vintage Century, baralho sempre... avante), tudo controlado por uma pedaleira MIDI Roland FC200 à qual adicionei dois pedais de expressão (num total de 3) para controlar parâmetros do TriAxis (ganho, drives, EQ) e do G-Force (cenas malucas).
Comunicação com o Marco
A comunicação com o Marco fez-se quase exclusivamente por mensagens através do forumusica, mas houve emails e telefonemas. O Marco mostrou-se sempre disponível e respondeu sempre de forma atenciosa a qualquer uma das minhas loucuras solicitadas. Tirou-me dúvidas, esclareceu-me ideias e, apesar de não o conhecer pessoalmente posso dizer que aprendi imenso com todo este processo, por isso, Marco, o meu muito obrigado pela tua paciência (leia-se PAZ E CIÊNCIA) e ensinamentos.
A comunicação poderia ter sido melhor? Sim, mas temos de ter em atenção que o Marco não faz disto a vida dele e que consequentemente não se pode dedicar a 100% aos caprichos que doidos como eu temos. Do meu ponto de vista, penso que ele poderia ter tido um pouco mais de iniciativa na comunicação, principalmente quando as semanas passavam e... mas isto não serve de censura, até porque eu comecei todo o processo com "isto não tem pressa, os pickups actuais cumprem a sua função na perfeição". Espero não ter pressionado o Marco em demasia, nem o ter chateado com as minhas manias de sabe tudo (sim, o cliente sabe sempre tudo, só não sabe é fazer).
Instalação e Resultados
Daquilo que pude experimentar ontem, apanhei um WOW, um susto e depois um aaaaah (de alívio e satisfação). Na primeira instalação, os primeiros sons foram para o pickup do neck e WOW, WOW mesmo, eh pá, na muche. Era MESMO o timbre que estava a precisar de ouvir, tanto em versão full humbucker como em single coil. Que som fantástico. O susto surgiu quando ao experimentar o pickup da ponte com ganho bem puxado no amp senti-o microfónico. ALTO, microfónico? Nunca me tinha acontecido tal coisa nos últimos anos, nem mesmo na primeira versão. O que é isto? é simplesmente quando o pickup guincha desalmadamente quando não se está a tocar e com as cordas apenas abafadas, principalmente notório no ganho e saturação elevadas. Vai de tirar os pickups da guitarra, pensar "será que houve alguma falha nas ligações", experimentar outras guitarras para testar as teorias elaboradas (fora de fase em particular), mas não, nenhuma das teorias teve resultados semelhantes aos guinchos. Abri o pickup, desmontei-o, separei as bobines da base, medi continuidades de sinal com o multímetro, fiz-lhe umas cócegas (literalmente, nada mais do que isto) e optei por experimentar outra vez, depois de montar, liguei as cenas todas e ZERO de microfonia, mesmo com o ganho a bater no tecto (e o TriAxis tem ganho para dar e vender apesar de já ser um aparelho vintage). Conclusão: falha minha na instalação do pickup, principalmente no seu grounding (penso eu de que...?).
Nesta guitarra (e nas outras também) tenho montado um sistema que me permite trocar os pickups sem precisar de andar a usar o ferro de soldar para separar os componentes, montei um interface pickups-circuito baseado em mini conectores tipo caixa de junção. Basta-me ter a ponta dos fios estanhada e uma chave de fendas e mudo os pickups em 10 minutos. Há inúmeras vantagens neste sistema e não interfere no timbre em nada. Penso que terei apertado mal o fio ground/bare do pickup e que com o movimento de pegar na guitarra se terá soltado provocando assim a referida microfonia do pickup.
Revista a situação veio então o Aaaah de alívio, afinal o pickup estava bom, bem bom.
Devido à cavidade dos pickups nestas guitarras não ser muito profunda, optei por fazer o fio do pickup não sair por debaixo da base, mas antes por cima desta (entre a base e a bobine), para não o trilhar/esmagar com o aperto/ajuste e assim permitir mais uns 2mm de ajuste em altura. Esta prática levou a partir a ligação ground/bare do fio dos dois pickups e que me obrigou a corrigir com um excerto. Tudo isto ajudou a criar o sentimento de insegurança relativamente à microfonia inesperada, contudo, problema resolvido e aprendido.
Conclusão (ainda não são as fotos, sorry)
Todo o processo foi algo moroso, no entanto compreensível e expectável, considerando que eu não tinha pressa e que estes terão sido provavelmente os primeiros pickups de 7 cordas que o Marco fez, mais ainda agravando se considerarmos que ele não tinha como os testar (não o posso obrigar a ter guitarras de 7 cordas em casa, certo?). Do meu ponto de vista, o resultado está fantástico, a todos os níveis e RECOMENDO que o contactem se estiverem numa de mudar os pickups às vossas meninas. Acredito que este particular projecto não seja aquilo a que ele esteja mais familiarizado em termos de Pickup Making, mas, meus caros, estão fantásticos.
Som cheio, forte, definido em todas as posições do braço, qualquer que seja a selecção feita. Considerando que a guitarra em questão está com cordas já com 2 meses em cima, a resposta a técnicas como pinch harmonics, squeals e brincadeiras do género é imediata, não sendo necessário ter o amp a níveis ensurdecedores, sustain fantástico (aparentemente pouco string pull).
Caso tenham ficado curiosos, permitam-me avançar que os valores são SUPER EM CONTA e provavelmente ficar-vos-ão mais baratos do que os das marcas do costume (DiMarzio, SeymourDuncan, BareKnuckle, EMG, etc.), com a vantagem de que é feito à medida. Agora, é fundamental que nestas situações de encomendar coisas à medida se saiba o que se quer e que se procura, pois só assim há magia, caso contrário é um jogo de adivinhas e nesses casos saem todos a perder tempo, confiança, dinheiro e a ganhar dores de cabeça. Vale a pena, atirem-se a uma aventura destas, mas organizem bem a casa antes, o trabalho do Marco não é ensinar-vos o Bê-Á-Bá...
Os Finalmentes
Ok, as prometidas fotos, não são muitas, mas foi o que se arranjou. Este fim de semana (ou assim que possível) gostaria de gravar um videozinho para demonstrar estas máquinas.
Frente:
Costas (pedi ao Marco que me identificasse as polaridades das bobines por questões de instalação)
e a guitarra com o arsenal do barulho que faço cá por casa. A coluna Laney (uma de duas) serve de monição do PC. Ao seu lado encontra-se uma das duas colunas 112 caseiras referidas atrás. O aparelho dourado não está em uso.