Eric Clapton - Maybe the guitar is over

Bah, o Clapton tá velho e aborrecido. Chéché. Eu não sou grande estratega, mas assim de repente, diria que este é mais um exemplo de uma industria a passar as dores da adaptação aos tempos actuais. Este tema é assim um bocado irritante e como tal o texto que se segue é capaz de ir para demorado. Aqui vai:

Fender e Gibson durante anos capacitaram fornecedores, criaram dependencias de outros parceiros (distribuição, p/ exemplo), desvalorizaram ameaças (concorrencia, fornecedores, mercados de usados, etc.) e de repente encontram-se numa situação em que estão rodeados de malta que passou a ocupar posições importantes na cadeia de valor da industria, onde passaram a capturar valor significativo enquanto a FMIC e a Gibson dormiam pacificamente, confiantes da sua grande dimensão (mais barriga que músculo). Ora, diria que a "Disrupção", que é a palavra da moda tá aí, escarrapachadinha para quem quiser ler.

Depois, é a sucessão de erros de gestão. No caso da FMIC, foram para a Ásia melhorar produto (vamos vender paletes de guitarras e amps baratos, pq vão ser muita bons), mas os preços sobem (because of Willingness to Pay / Willingness to Supply) e de repente tem uma linha de produto que é bom, mas canibaliza a própria gama média da Fender, que já pouco tem a oferecer a não ser o decalque no headstock. Da parte da Gibson é anedótico. Junta uns papuças à mesa para discutir produto e inovações para a guitarra eléctrica, e pariu mais inovações e designs de merda nos ultimos anos do que qualquer outro fabricante, enquanto degradou a qualidade dos instrumentos (vá lá, não se acanhem, quem é que não tem uma histórieta gira para contar de uma Gibson cara e mal parida, hum?). De maneiras que olhando assim para isto tudo dá vontade de perguntar: Mas porque é que não perguntam às pessoas que usam as guitarras o que é que querem? Bom, pode ser pouco prático faze-lo, mas de outra forma, porque raio é que não usam a informação sobre os habitos e costumes de quem usa os instrumentos? Nos dias que correm os guitarristas passam metade do tempo na net a ver gear (guilty as charged), e havendo uma ligação emocional a uma marca vão obrigatoriamente pesquisar sobre isso e comentar e com essa informação toda, opááá.... Será que usando as analíticas da moda sobre este manancial de informação (manancial sim, pq a malta passa muitas horas em forums e no youtube e cenas), não se poderia ter melhores indicadores para ajudar na linha de desenvolvimento de produto dos próximos anos? E será que não se haveria melhores conversas sobre produto do que "Ah, já sei, vamos por um mamarracho nos afinadores para a guitarra afinar sozinha, todos os guitarristas vão adorar isto!"? Olha que crlh, e se eu quiser tocar desafinado? Apá sóce, vão montar mamarrachos nas orelhas das tias deles!

A cena é que a roda já foi inventada. E com jeito pode-se tentar reinventar uma ou talvez duas vezes, com sorte, mas à terceira já toda a gente percebeu que a história é a mesma de sempre, com mais ou menos bells & whistles. Falo por mim, não há nada de verdadeiramente novo que me interesse nas guitarras há uma série de anos. Mas uma coisa nunca muda: A experiencia de comprar e ter uma boa guitarra. O driver para isso, opá, eles que descubram, vejam lá o que é que poderá despoletar o meu interesse, vão fazer o trabalho de casa. O que não me faz sentido nenhum é que a informação sobre algo com um vinculo emocional tão forte para os músicos como são os seus instrumentos, seja tão pouco utilizada para gestão de produto. Se não é, bom é o que parece.

E não, não acho que a guitarra acabe. Nem pouco mais ou menos.

daí apostarem em modelos da taylor swift...esse portento com uma guitarras nas maos.

continuo a dizer que ha uma diminuiçao de novos guitarristas. a alguma emancipaçao do gaijedo, mas que se reflete mais nas acusticas.
ukelele é como os baixistas, menos 2 cordas a atrapalhar.

continua a vender-se guitarras aos "velhos". mas os velhos acabam por finar-se. e sobram os novos, que por si so, ja nao sentem grande paixao pela guitarra por falta de referencias.
ora, vamos pela aproximaçao mais facil. vendemos menos, subimos os preços para tentar segurar as coisas. é como nao diminuir despesa e aumentar receita. da...ate certo ponto

Tu insistes na falta de referencias. 

Ha montes de guitarristas hoje em dia que tem como referencia, por exemplo, o John Mayer, o Derek Trucks, o Bonamassa entao nem se fala que alem de canecas tem varios modelos de assinatura e ate amps, vai sair o power twin xpto bonamassa...
E estou a falar de 3 gajos com 40 anos e tirando o john mayer os outros 2 fazem parte dum mercado que tem as suas limitaçoes em termos de espaço nas radios/tv.
Mas isto cá na nossa terrinha que temos meia duzia de radios a nivel nacional que fazem parte da lavagem cerebral e so passam os artistas da moda.
Nos states deves ter zonas em que nem devem saber quem é a lady gaga, é country´s e afins e acabou.

Muda é de estaçao de radio que isso anda a fazer-te mal. Ontem a noite deixei na SBRB e aquilo passa musica como deve de ser, bandas, instrumentos, nada de musicas feitas para ficarem bem nos videos.

isso não é impedimento para se continuar a comprar / coleccionar / trocar  gear e passar o tempo todo no TGP a discutir pintelhices e se o Bonamassa / Mayer é o novo deus do bacalhau 

até andam lá  fãs do Tompety 

graças a Deus e aos 3 pastorinhos . prefiro ouvir Rhiana e amigas , esses gajos dão-me sono 

pois , se calhar isso também é um problema: há gajos a fazer música mais interessante com um controlador que outros com guitarras.....

alguém quer ouvir mais uma vez uns blues a cheirar a mofo ? 

Respeito isso, mas se um gajo se vai seguir por gostos pessoais... daqui a nada a marial leal é a melhor vocalista rock de todos os tempos.


E por acaso ate é.